Havia um homem que jogava com a morte, mas não porque escolheu, e sim por que desde quando nasceu já havia sido posto no jogo, e ainda quando percebeu que era um jogador a partida de sua vida já havia começado e algumas peças já haviam sido movidas.
Nesse dia a morte perguntou:
- Porque você vai querer continuar este jogo?
O homem disse:
- Eu quero mover as minhas próprias peças, fazer as minhas jogadas, ter a minha vida, a minha liberdade.
- Você quer dizer que é capaz de fazer isso sozinho?
Disse a morte, e o homem respondeu:
- Sou.
O homem jogou anos e anos, até que um dia começou a chorar durante o jogo, a morte indagou:
- Porque você está chorando?
O homem falou:
- Não sei que peça mover, não sei se minhas jogadas anteriores foram boas para mim?
A Morte se aproximou debruçando-se à mesa e disse:
- Hum! então o jogo acabou?
Sem exitar o homem gritou:
- Não, não posso perder!
Então a morte se levanta e diz:
- Esse jogo nunca deveria ter sido uma questão de vencer pois eu sempre ganho, a arte desse jogo está em como você move as peças.
O homem em desespero exclamou:
- Não quero que o jogo acabe! Me diz o que eu faço?
Tirando o capuz, a morte respondeu:
-Você não pode ressuscitar aquilo que matou.
O homem com seus olhos embotados em lagrimas perguntou:
- Mas quem é você? eu nunca te vi!
A morte responde:
- O outro.
por Daniel Menezes